Você teve a coragem de assumir a sua vulnerabilidade?
Você se permitiu vivenciar experiências de transformação?
Você descobriu as suas verdadeiras necessidades?
Ser vulnerável é uma coisa difícil num mundo onde impera o discurso da força e da fortaleza, de uma cultura cristã que também exalta a fortaleza, de uma educação que nos diz pra engolir o choro. Frases como “é preciso ser forte”, “precisamos matar um leão por dia”, nos rodeiam e nos influenciam. A palavra do momento é empoderamento. Falar de vulnerabilidade está fora de moda e não tem lugar nesse mundo.
Eu ouvia falar de vulnerabilidade, e sempre achei que isso não me dizia respeito. O que eu tenho com isso? Eu pensava... Essa palavra, esse sentimento não cabe no meu mundo. Ninguém sabe o que eu passei, o que eu precisei enfrentar para chegar até aqui.
É preciso ser forte para ser mulher, afrodescendente, pobre e órfã, neste mundo. Um mundo que não facilitou a minha vida, foi difícil e as adversidades não foram pequenas. Mas eu tomei uma decisão: ser forte. Eu já conhecia esse sentimento, essa energia já fazia parte da minha vida. Então, como seria experimentar ser vulnerável? Eu pensei: nunca vou conseguir.
Como eu vou mostrar os meus sentimentos e como eu vou me deixar afetar por sentimentos, sem querer resolver, agir ou enfrentar?
Hoje, milhares de pessoas podem acessar as minhas dores, através dos meus vídeos e textos. Isso tem me ajudado, tem colaborado na minha caminhada como pessoa.
Permitir-me ser vulnerável não é fácil, é mais fácil ficar com raiva, brigar, sofrer; experimentar tristeza é mais difícil.
Esse tem sido o meu processo de transformação: tornar-me vulnerável. Permitir-me acessar outros sentimentos na minha alma, que não sejam a raiva e a força, somente. É acessar outros aspectos da minha alma que não são apenas racionais. É ter a coragem de perceber a minha sensibilidade, de ver como as relações me afetam. É ter a coragem de acessar os meus medos.
Eu quero te convidar a fazer isso neste final de ano: tenha coragem de experimentar outros sentimentos. Tenha a coragem de ser quem você esqueceu-se de ser, por medo, vergonha ou porque resolveu enfrentar a vida e as dificuldades. A vida não é feita apenas de lutas e reivindicações. Precisamos também de carinho e amor.
Eu descobri que, nas minhas brigas, se escondia uma pessoa que desejava reconhecimento e amor. Quase sempre, quando eu brigo com alguém, é porque eu quero mais atenção e carinho. E essas são as minhas verdadeiras necessidades. Dinheiro, status social, poder, tudo isso é cortina de fumaça. O que eu quero mesmo é amar e ser amada. O que eu quero mesmo é ouvir: eu te amo; você é importante para mim.
Seja como for, como a tua alma esteja agora, tenha a coragem de ser vulnerável, de admitir que sofre, que você se magoa, vai te fazer bem, acredite em mim. Transforme-se. Aproveita a energia do final de ano e deixe coisas pra trás, seja você inteira. Você não vai se desmanchar se permitir que a sua sensibilidade flua, você irá encontrar sentido na fraqueza.
Acesse o seu íntimo e tenha coragem de perceber as tuas verdadeiras necessidades, aquelas que você tenta esconder de você mesma. O que as tuas dores, raiva, dizem sobre você de verdade?
Fica com Deus, até o próximo texto. Curta, compartilhe com seus amigos e deixe o seu comentário aqui. Me segue também no Instagram e no YouTube. Visite e curta a minha página no Facebook. Grata!
Silvana Venancio é pastora, teóloga e professora de Filosofia. É divorciada, mãe do João Paulo e do José Esthevão. Discípula de Jesus de Nazaré há quase 40 anos, vive a sua espiritualidade com respeito e abertura a todas as confissões religiosas.
Eu criei um grupo para postar um conteúdo EXCLUSIVO para quem estiver no grupo. Pode ser uma pequena reflexão, um áudio ou vídeo sobre Espiritualidade e Saúde. Quem entrar no grupo vai receber o eBook A Vida que nasce da dor e em dezembro ganhará um presente: um eBook com todos os meus textos. Mas fique tranquila só eu posso postar, esse grupo não terá "bom dia" e nem "KKk". Participe. Grata! Silvana Venancio.
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