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Como a pausa pode ajudar a lidar com a sensação de vazio? | Parte 2 | Silvana Venancio



Saiba de uma coisa, na vida da alma, no nosso mundo interior tudo é um pouco mais lento, o ritmo é outro. É justamente essa falta de sincronia entre o mundo interior e o mundo exterior o que nos deixa tão perdidos.


Parte de nós sabe daquilo que realmente precisamos e a outra parte nega isso e incorpora valores, projetos, sem perguntar a alma: - alma minha, é realmente isso que você deseja?

Eu gastaria milhares de páginas pra contar quantas vezes eu fiz coisas que eu não queria fazer, porque nunca tinha parado pra me fazer essa pergunta. O que eu realmente quero? O que é importante? Ou ter o luxo de me perguntar: isso vai me fazer bem? É claro que responder a estas perguntas não é uma tarefa fácil. Nem sempre uma situação aparece como prejudicial logo de cara, esse é o problema

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Ninguém em seu juízo perfeito aceitaria entrar num projeto, num trabalho, numa relação, sabendo que isso iria drenar a sua energia, levando-nos a exaustão, até nos sentirmos completamente vazios. As situações vêm disfarçadas, como nos contos de fadas, nem tudo é o que parece. A rainha mais bonita pode ser no fundo uma bruxa má e horrorosa.


A vida é assim, como nos contos de fadas, nas histórias que sempre ouvimos. Algumas situações são armadilhas para a vida da alma. Situações que nos aprisionam.

Na vida, essas situações podem acontecer por causa da mudança para um emprego perfeito. Com um salário maior, um belo plano de carreira. Tudo isso é muito bom, mas a conta vem com horas a mais de trabalho, mais tempo no trânsito. Ou pode vir da nossa trajetória acadêmica. Pensamos essa é a hora de entrar no mestrado ou no doutorado. As crianças já cresceram, será que não seria hora de fazer isso? Você pode preencher esses exemplos com outras coisas que no início pareciam boas e depois se tornaram verdadeiros sugadores de energia.


É bom demais realizar os nossos projetos, mas precisamos ter cuidado para não ficarmos exaustos, sem tempo pra nada, aumentando ainda mais a sensação de vazio e de falta de sentido.


Na nossa jornada, nessa vida finita sempre vamos cair em armadilhas de não analisar o tempo certo de aumentar ou de diminuir as nossas atividades. Mas precisamos pesar o impacto das nossas decisões na nossa rotina diária, como elas irão afetar o nosso tempo de descanso. As horas que podemos dedicar ao lazer e ao prazer.


Mas a verdade é que nem sempre vamos fazer boas escolhas, mas há alguns caminhos, pistas que podemos seguir para que essas recaídas diminuam e possamos ter mais momentos de plenitude. Nos sentindo mais conectados com Deus, com a natureza e com as pessoas a nossa volta. Isso não significa que precisamos adiar pra sempre os nossos sonhos, não é isso. O que nós precisamos é de uma vida com mais atenção, fazer mais pausas, fazer mais perguntas e parar pra ouvir o nosso eu mais profundo.


Não se deixe levar apenas por orientações do mercado, as necessidades da nossa alma não são orientadas por ganhos materiais e nem por status sociais. No mundo da alma a lógica é outra.


Precisamos dizer não para o ativismo, ver menos televisão, viver a experiência do silêncio, da oração e da contemplação. Não existe uma fórmula, um remédio, uma receita para sair do vazio, do deserto, da falta de sentido, uma vez para sempre. Mas sempre é possível voltar pra casa, pro mundo da nossa alma. Voltar pra Deus, voltar pra gente e se sentir em casa.

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