Resolvi escrever esse guia porque fiquei impressionada com o sucesso do dia dos namorados, as filas nos restaurantes, o trânsito agitado. Cheguei a pensar que o Dia dos namorados tinha alcançado mais sucesso do que o Dia das mães. As fotos nas redes sociais, essas então, me impressionaram mais ainda, o amor está no ar, tão lindo ver os casais felizes, celebrando o amor. Parei de curtir no décimo casal, pois, percebi que ficaria o dia inteiro curtindo e deixaria de fazer tudo o que eu tinha para fazer naquele dia.
O meu dia: muitas coisas para fazer. Ter uma atividade que envolve redes sociais, com produção de conteúdo, exige bastante tempo, e eu ainda iria ao Centro do Rio para dar aula particular. Cansada, saio de casa às 21h, com sono, para jantar com os meus filhos e celebrar o aniversário do pai deles. Não ria, que ironia, o meu ex-marido faz aniversário no Dia dos namorados. Eu fui a pedido dos filhos e também por consideração aos 23 anos de vida juntos.
Mas o que mais me impressionou na ida de Uber para a churrascaria, foi que eu estava em paz. A sensação que, pela primeira vez na minha vida, eu me sentia inteira. Senti-me como nesse texto que eu acabei de receber de uma amiga: “não há dádiva maior do que compreender-se, que encontrar conforto para morar em si mesmo, que perdoar-se de dentro para fora.”
Por isso, no meu guia de sobrevivência, consta a seguinte recomendação: ame. Ame com toda a tua força, com toda intensidade. Amar é a melhor coisa do mundo. Não tenha vergonha de amar. Quem ama sofre, e daí?! É melhor sofrer por um amor perdido do que sofrer por não sentir nada. Ame. Ame cada pedaço do seu corpo. Cada ruga, cada expressão do seu rosto. Ame a sua história, a sua trajetória.
Nesse guia de sobrevivência, além de água para hidratar a pele, e protetor solar para evitar envelhecimento precoce, tem muito espaço para o amor. Ame seus filhos. Ame seu companheiro, companheira. Ame seus amigos. Ame a sua fé. Ame amar cada pessoa que passou pelo seu caminho, acolha tudo o que elas te deram, receba e agradeça. Se elas já não fazem mais parte da sua vida, se despeça simbolicamente delas, com carinho. Olhe com alegria para as experiências boas e para as ruins, olhe com humildade e temor. Nem sempre conseguimos ser a melhor versão de nós mesmos.
No meu guia de sobrevivência, eu quero que tenha tudo o que eu preciso: amor, amor e amor. Não se trata de se apaixonar, é amar o amor e o amor é sempre bem-vindo. “Eu quero todo amor que houver nessa vida.” Eu quero o amor, de todos os meus amores. Olha que são muitos. Eu quero um amor especial. Um amor que sustenta todos os outros amores. Um amor que nunca muda, que tudo sofre, que tudo suporta, um amor que não cansa e nem se cansa, como diz João da Cruz, eu quero o amor de Deus.
Esse amor me dá coragem para viver. Amor que alimenta os meus sonhos, que diz: vai que eu estou com você. Que diz: não desista, quando doer, eu estou aqui para te consolar. Um amor que me sustenta, que me anima a amar, mesmo que eu não tenha nenhuma foto para postar. Um amor que me anima a amar, mesmo que depois de uma linda foto, eu volte para a realidade, de nem sempre receber amor como eu gostaria. Amar, amar, qual o maior de todos os mandamentos? “Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento … e amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. O amor está no amor. Aproveite!
Fica com Deus, até o próximo texto. Lembre-se de curtir, compartilhar com seus amigos e deixar o seu comentário aqui. Grata! Silvana Venancio.
Um texto sensacional. Amei.