Viver não é fácil e para nós, mulheres, parece que a vida tem uma agenda maior ainda e muitas de nós vivemos a nossa vida pautadas pela necessidade dos outros, do mundo, da família, da sociedade e da religião.
Vivemos muitas vezes como se estivéssemos esmagadas por uma pressão que nos diz que se não agirmos assim, iremos perder o nosso eu, iremos negar a nossa missão no mundo. E o fato é: quem disse que a nossa missão era cuidar do outro? Existe muita propaganda em torno do potencial cuidador da mulher e eu fico pensando até que ponto esse papel é algo construído ou é um traço essencial da nossa personalidade. Existe uma literatura enorme sobre esse assunto e esse não é ponto desse texto.
A questão é que querendo ou não parece que não nos é dado a possibilidade de escolher se seremos cuidadoras ou não. Assinamos um contrato invisível que diz: cuide do outro e descuide de você. Mas, se existisse uma regra universal que dissesse que a sua maior missão é cuidar de você, pois se não cuidarmos de nós mesmas nunca iremos cuidar do outro de modo saudável? O que você faria?
Eu quero te falar uma coisa: são as crianças pequenas e as pessoas muitos idosas que precisam de cuidados especiais, quase o tempo todo. Porém, nem isso justifica que deixemos de cuidar de nós.
Mas para ser sincera, mesmo que não estejamos nesse estágio da vida, vamos arrumar uma desculpa para negligenciar o cuidado conosco e vamos eleger um motivo, uma desculpa, uma razão para fazer isso. E isso acontece por vários motivos. E eu quero falar de um deles: geralmente damos o que queremos receber. Queremos que alguém cuide de nós e saímos pelo mundo querendo cuidar de todos. E a pergunta que eu quero te fazer agora é: a que horas você vai perceber que a responsabilidade de cuidar de você é sua?
Somos adultas e capazes, enquanto estivermos na lista social das pessoas que são moralmente e civilmente responsáveis por si mesmas, não precisamos que filhos, marido, namorado ou outra pessoa cuide de nós. É nossa responsabilidade cuidarmos de nós mesmas.
E para que você tenha esse cuidado, eu quero te sugerir três atitudes para ajudar nessa caminhada. Faça um pacto com você de adotar essa rotina na sua vida, para o seu próprio bem.
Primeira atitude: perceba os seus limites. Você não é Deus, não pode fazer tudo, não pode atender a todas as necessidades. Você pode dizer não e faça isso com carinho, entenda que o que for melhor para você, será melhor pra todo mundo.
Segunda atitude: eleja atividades ou pessoas que nutrem a sua energia. Pergunte o que te dá alegria, o te faz sentir-se viva: ir à praia, ouvir o barulho do mar, ir ao cinema, tomar um café com bolo de fubá? Cuide de você, com pequenos gestos que vão te fazer bem. E não brigue com ninguém por causa deles, o outro pode não gostar das mesmas coisas que você e então não espere companhia, se não tiver ninguém perto – que goste das mesmas coisas – vá sozinha. Que isso seja o seu segredo, o seu refúgio secreto, para fazer o que você gosta, sem culpa, você é gente, pessoa, também tem direitos. Ser mãe, avó, esposa, filha, tia, namorada, madrinha não tira o direito de cuidar de você e ter um momento só seu.
E por último: tenha um espaço só seu de silêncio, de solitude. Escolha um horário, um lugar na casa, no jardim, num parque, na praia – seja onde for – para ficar sozinha. Para olhar pra você, para ouvir a voz do seu coração, para ouvir a voz de Deus. Nesses momentos, quando você irá ficar mais perto de você, irá descobrir necessidades e desejos que você nem sabia que tinha.
Fica com Deus, até o próximo texto. Lembre-se de curtir, compartilhar com seus amigos e deixar o seu comentário aqui. E curta também a nossa página. Me segue no Instagram: @pastorasilvanavenancio, todo dia tem um vídeo com uma mensagem do Evangelho. E toda quarta tem vídeo no YouTube. Visite também o meu blog: www.silvanavenancio.com.br. Grata! Silvana Venancio.
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