Essa é uma pergunta que pode ser respondida de diversos modos. É claro que não existe uma única resposta, e as que vou percorrer aqui não são de modo algum tentativas de esgotar o assunto. É apenas, um caminho, uma rota para sondar os nossos corações e tentar encontrar paz no emaranhado dos nossos sentimentos.
Eu olho para a minha vida, para a minha trajetória, para a minha jornada nessa terra e percebo inúmeras motivações para agradar as pessoas. A questão que eu preciso diferenciar é quando esse desejo surge como algo natural e bom, de quando é algo que eu me forço por medo ou constrangimento, mesmo que eu não perceba de imediato.
Como diferenciar essas motivações? Uma que parece saudável de outra que não? Ou melhor, quando diferenciar dentro de nós essa motivação?
Primeira coisa: observar os sinais, as emoções que sentimos, os desconfortos que acompanham as nossas tentativas de agradar as pessoas.
É claro que, no atual estágio emocional que todas nós vivemos, é quase impossível uma ação 100% autêntica. Mas se o desejo de agradar vier da necessidade de ser boazinha demais, de não contrariar a vontade do outro, seja esse outro quem for, só para manter essa autoimagem, com certeza não é algo bom.
Segunda coisa: se a nossa motivação para agradar o outro vier do nosso sentimento de que não existe outra forma de agir, de um sentimento messiânico de abnegação, pois acreditamos que essa é a nossa missão, tem algo errado com a gente. E será que podemos mudar isso?
Claro que sim. Podemos rever a nossa autoimagem e nos encher de humildade. Pois, saber quem nós somos de verdade, diante de Deus, nos mostra que não somos tão boazinhas assim, que somos todas humanas, frágeis e limitadas. Para usar uma linguagem teológica: pecadoras.
Podemos rever o nosso complexo de salvadoras do mundo ou de ajudadoras de Deus. Eu sei que nos achamos importante demais, eu também me acho. Às vezes, penso: o que Deus faria no mundo sem a minha contribuição? Mas como a oração é um espelho da humildade, como diz Teresa D'Ávila, logo eu acordo do meu delírio e percebo que sou um ser carente e dependente de Deus. E saber disso me mostra que não posso agradar o tempo todo. Tenho minhas próprias necessidades, problemas, nem sempre consigo dar conta deles, como daria conta do dos outros?
Um bom caminho para nos livrarmos da dependência de sempre querer agradar, é ficar perto de quem nós somos, é olhar para dentro, para as nossas necessidades, carências e desejos. Não somos deusas, somos gente, de carne osso. Que Deus nos ampare e nos ajude no nosso caminho de reconhecimento de si.
Fica com Deus, até o próximo texto. Lembre-se de curtir, compartilhar com seus amigos e deixar o seu comentário aqui. E curta também a minha página. Me segue no Instagram e no YouTube. Visite também a minha página no Facebook. Grata!
Silvana Venancio, é pastora, teóloga e professora de Filosofia. É divorciada, mãe do João Paulo e do José Esthevão. É discípula de Jesus de Nazaré há quase 40 anos, e vive a sua espiritualidade com respeito e abertura a todas as confissões religiosas.
Reverenda Silvana, como é bom ler os seus textos! Eles nos ajudam a nos entender, facilitam a compreensão de nós mesmas. Beijos