Perder a alma é uma metáfora para falar da perda do contato com si mesmo. É a sensação que temos de que em algum momento, algo muito importante foi tirado de nós. Ou podemos nos sentir como se alguém administrasse a nossa vida em nosso lugar.
Essa sensação de alienação, ou seja, de sentir-se separada de si mesma é muito estranha e dolorosa. E pode ter muitos sintomas, como a perda de sentido, a apatia, a desorganização, entre outros. E por que isso é tão doloroso?
Ao nascer recebemos um convite para uma jornada, nela existem dois objetivos principais: encontrar Deus e encontrar a nós mesmas. Porém, na realização da nossa própria jornada, vamos encontrando obstáculos que nos tiram do nosso próprio caminho. Com o tempo a alma vai esquecendo-se da sua trajetória e vamos acreditando nas coisas que nos contam e aderimos às propostas do mundo externo, e quando percebemos estamos longe de casa, longe de nós mesmas.
Se nossa maior missão é nos encontrarmos em Deus, agora passamos a acreditar que ter uma carreira de sucesso, encontrar o marido dos sonhos, o par perfeito, aí sim, cumpriremos a nossa missão. O mais engraçado e estranho é que, em muitos casos, esses objetivos de ego tornam-se, mais tarde, a fonte da nossa insatisfação.
Casar-se, ter uma carreira, realizar projetos é uma parte importante da nossa vida, porém, essas realizações sozinhas não dão conta de alimentar a nossa alma. Porque podemos nos perder de nós mesmas no casamento, no trabalho e em outros caminhos.
Mulheres cheias de luz vão perdendo o seu brilho ao se relacionarem com homens que também perderam a sua alma. Perdemos a nossa alma, quando desistimos dos nossos sonhos, porque acreditamos que eles não dariam dinheiro, ou simplesmente porque nos tornamos “boazinhas demais”. Mas o que fazer para mudar isso?
A boa notícia é que não estamos condenadas a uma vida sem alma. Se perdermos o contato com a nossa própria alma é sinal que, em alguns momentos, tivemos contato com ela. Para retomar a esse contato, precisamos respeitar o roteiro original da nossa jornada: precisamos nos encontrar e encontrar a Deus no nosso caminho.
Na busca de nós mesmas, podemos começar com um início simples, como ter um cantinho na casa, um refúgio, para ter um tempo para a nossa alma descansar, um tempo para ouvir a nossa própria voz. Para ouvir os nossos anseios e estabelecer metas para realizá-los. Um tempo para discernir o que queremos de verdade para separar o que é nosso do que é do outro.
No tempo de silêncio e de pausa, Deus se faz presente, como um pai ou uma mãe amorosa que nos aceita do jeito que nós somos e nos incentiva dizendo: eu sei que você é capaz, descansa no meu amor. E quando ouvimos essa voz de amor, deixamos de nos preocupar com o nosso desempenho e passamos a ouvir os anseios da alma.
Fica com Deus, até o próximo texto. Lembre-se de curtir, compartilhar com seus amigos e deixar o seu comentário aqui. E curta também a minha página. Me segue no Instagram e no YouTube. Visite também a minha página no Facebook. Grata!
Silvana Venancio, é pastora, teóloga e professora de Filosofia. É divorciada, mãe do João Paulo e do José Esthevão. É discípula de Jesus de Nazaré há mais de 40 anos, e vive a sua espiritualidade com respeito e abertura a todas as confissões religiosas.
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