Como não amar demais?
Eu adoro filmes antigos, os títulos são incríveis. Que me desculpem os “tradutores” dos filmes atualmente, mas não existe em vocês a coragem de colocar em português, títulos como esses: Tarde demais para esquecer, Os brutos também amam, Quanto mais quente melhor e o melhor de todos e que deu origem a este texto: amar foi a minha ruína.
Só de escrever isso eu sinto uma dor de estômago, como isso é possível, como amar pode ser a ruína de alguém? Amar sempre será algo bom e maravilhoso. Mas só se estivermos emocionalmente saudáveis e esse é o ponto, nem sempre estamos. Existe uma relação entre espiritualidade saudável e emoções saudáveis.
Vale ressaltar, que eu não entendo espiritualidade apenas como uma sucessão de ritos ou atividades, como frequentar um templo religioso, fazer um número de orações diárias ou ler mecanicamente um texto sagrado. Espiritualidade tem a ver com a maneira como nos conectamos com o nosso eu mais profundo, como nos relacionamos com as pessoas, com o mundo a nossa volta e é claro como nos relacionamos com Deus.
O sonho de quase todos nós é encontrar equilíbrio, certo? Que coisa boa, imagina um mundo habitado por gente equilibrada, seria o máximo. Porém, como isso ainda não existe, podemos dar alguns passos em direção a uma espiritualidade e a emoções saudáveis, dentro do possível hoje.
Pois, amar demais nunca é bom, demais já dá uma ideia de passar do ponto, não é nem amar demais e nem amar de menos, essa é a boa notícia e a má é que nem sempre sabemos dosar isso. A minha tendência é sempre dar todo amor ou negar o amor ou fingir que ele não existe.
Mas não dá pra ficar oscilando assim o tempo todo e o melhor é tentar encontrar uma justa medida, e isso faz muito bem à alma, ao corpo e à mente.
Não é uma receita, uma regra, uma cartilha. É um caminho, um bom caminho.
O caminho de desenvolver a sua espiritualidade, ou seja, olhar pra você, fazer perguntas sinceras, sobre o que você realmente quer, suas necessidades, seus medos. E dar respostas sinceras. Escreve o que você pensou, olhe esses sentimentos e os acolha, como a um bebê indefeso. Seja benevolente com você, aceite que é a sua carência que te leva a amar “demais” os seus filhos, a sua família, os seus amigos, o seu cônjuge, e não a falta de amor próprio.
Saiba que todos nós somos carentes e cada um lida de uma maneira com isso, tem gente que tenta resolver isso com excesso de trabalho, excesso de atividades sociais. Tem gente que lida com a carência comendo, seja como for, tem gente que ama. Nós, que amamos “demais” , podemos causar mal ao outro, mas no fim causamos mais mal a nós mesmas. E por quê? Porque damos aos outros o que no fundo gostaríamos de receber, amor infinito. E só Deus ama com amor infinito. Só ele pode esgotar a nossa ânsia por amor.
Uma parte importante na nossa espiritualidade é como nos relacionamos com a transcendência. Deus te ama, descansa nesse amor e conheça os seus limites para amar, somos apenas humanos amando outros humanos, limitados e finitos como nós somos.
Fica com Deus, até o próximo texto. Lembre-se de curtir, compartilhar com seus amigos e deixar o seu comentário aqui. E curta também a nossa página. Grata! Silvana Venancio.
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