Vivemos num mundo com muitas vozes. O nosso maior desafio é encontrar e discernir a nossa própria voz e a voz de Deus no nosso íntimo. São inúmeros apelos, discursos que moldam a nossa vida e dizem quem nós somos.
Somos convidadas todos os dias a assumir papéis sociais. Todas nós temos inúmeras responsabilidades, coisas para fazer, decidir, reuniões, planejamentos. A nossa vida é vivida entre o fim e o início de um novo projeto. Pode ser um projeto de casar, de ter filhos, ter uma casa própria, ter uma carreira, um negócio. Mas a questão que permanece é: como eu posso ser eu mesma nisso tudo? O que é realmente meu, pessoal, e o que me foi imposto, por um padrão previamente determinado, por uma sociedade que exalta e define essas conquistas como importantes?
Por mais que tudo isso, seja muito bom e verdadeiro, parece que a vida vai sendo vivida como um exercício, uma tarefa. Sem que estejamos presentes de verdade, sempre correndo de um lado para o outro, para cumprir agenda ou realizar projetos de vida.
Você já parou- entre um compromisso e outro – de levar os filhos na escola, de ir ao médico, de pagar uma conta, de dirigir uma reunião – e teve saudade de você e de Deus?
Sentimos saudades de Deus e de nós mesmas quando o ativismo é grande em nossas vidas.
Essa saudade é um chamado da nossa alma. Essa saudade é um alerta para voltarmos para um lugar de onde nunca deveríamos ter saído. Esse lugar é a presença de Deus.
Estar na presença de Deus não pode ser mais uma atividade que esgota a nossa alma, pois é um convite para parar e silenciar.
Como ter um tempo de silêncio? É buscar um canto da casa, um lugar só nosso, é acordar mais cedo ou dormir mais tarde, para poder ter nesse tempo de solidão, a oportunidade de ouvir a sua própria voz e ter um encontro com Deus.
No início vai ser difícil, tudo vai te incomodar e tudo vai te chamar à agitação. Você vai fazer uma agenda mental de todas as coisas que ainda precisa fazer.
Mas quando todas essas dificuldades estiverem vencidas, você vai começar a desfrutar da sua própria presença, vai pode ficar perto de você mesmo e de Deus, sem a sensação de urgência de alguém para cuidar ou de ter alguma coisa para fazer. Nesse momento, será apenas uma pessoa diante de outra pessoa. Sem pedir nada, sem exigir nada.
Na solitude do silêncio e da oração, você encontrará um Deus amoroso que te convida a fazer pausas. Um Deus que te diz: por que correr tanto? Estou aqui, bem perto, você não precisa ser eficaz para receber amor e reconhecimento, eu já te amo, antecipadamente.
Fica com Deus, até o próximo texto. Lembre-se de curtir, compartilhar com seus amigos e deixar o seu comentário aqui. E curta também a minha página. Me segue no Instagram e no YouTube. Visite também a minha página no Facebook. Grata!
Silvana Venancio, é pastora, teóloga e professora de Filosofia. É divorciada, mãe do João Paulo e do José Esthevão. É discípula de Jesus de Nazaré há quase 40 anos, e vive a sua espiritualidade com respeito e abertura a todas as confissões religiosas.
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