Estamos numa jornada... Para alguns, essa jornada termina mais cedo; outros caminham um pouco mais. A questão que talvez inquiete a quase todos nós é o que estamos fazendo aqui. Qual o sentido da vida? O que viemos realizar? Qual o nosso propósito e coisas assim.
O interessante que essas são perguntas que aparecem em determinados momentos da nossa vida, geralmente na adolescência e na maturidade.
Quando estamos correndo de um lado pro outro, seja para criar filhos, manter uma casa ou nos afirmarmos financeira e profissionalmente, essas perguntas quase sempre não nos assombram. Ficamos meio anestesiadas pela urgência da vida.
Mas o fato é que essas perguntas sempre voltam. Podemos gastar um tempo com elas ou podemos jogá-las de volta para a escuridão do inconsciente. Porém, elas estarão sempre lá, nos esperando, para que um dia voltemos devida atenção para elas.
Eu, particularmente, estou nessa fase. Não que eu tenha resolvido todos os meus problemas, mas eu olho para a minha vida, tudo o que eu já conquistei e ainda desejo conquistar e eu sei que existe algo maior. É aí que o teólogo tem razão ao dizer que somos seres de finitude e transcendência. A minha finitude me leva a acreditar que tudo o que eu preciso está no universo das realizações materiais.
Ser um ser de transcendência, uma pessoa marcada pelo desejo do infinito, me leva a querer sempre mais e a buscar sentido, onde o sentido me escapa. Eu sei, como alguém que estudou teologia, e que é sensível às coisas espirituais, que esse desejo tem um nome: Deus. Mas eu também sei, pelo mesmo motivo, que Deus não se deixa capturar por nada. Esse é o grande mistério divino.
Nenhuma religião pode ser detentora de Deus. Na conversa de Jesus com a samaritana, ele deixa isso bem claro. Deus não está aqui somente aqui e nem em Jerusalém. Deus é Espírito, pneuma, é vento, escapa das nossas mãos.
Queremos encaixotar Deus e dizer: ele está aqui, e foi pra ali, eu descobri a sua vontade. Mas Deus é sempre mais. Essa é a beleza do mistério, ninguém pode contê-lo, domá-lo, falar em nome dele. Somos cegos e surdos nesse universo, falamos daquilo que não sabemos. Por isso, o convite é silenciar e tentar ouvir o máximo possível, bem baixinho.
Deus está próximo e longe ao mesmo tempo, ele revela e se esconde. Como eu conheço tão pouco dos seus mistérios e dos meus próprios mistérios, eu fico em silêncio diante das perguntas do início. Elas vêm e voltam e eu não tenho respostas. Não ter respostas, no entanto, não me aflige.
Eu confio no mistério, eu me deixo levar por Deus, um Deus que é maior que tudo que eu possa saber e conhecer. Por isso, descanso na confiança. Esse é o maior sentido de tudo: confiar.
“Ó profundidade da riqueza da sabedoria e do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e inescrutáveis os seus caminhos! Quem conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Quem primeiro lhe deu, para que ele o recompense? Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre! Amém.”
Fica com Deus, até o próximo texto. Curta, compartilhe com seus amigos e deixe o seu comentário aqui. Me segue também no Instagram e no YouTube. Visite e curta a minha página no Facebook. Grata!
Silvana Venancio é pastora, teóloga e professora de Filosofia. É divorciada, mãe do João Paulo e do José Esthevão. Discípula de Jesus de Nazaré há quase 40 anos, vive a sua espiritualidade com respeito e abertura a todas as confissões religiosas.
Articula Espiritualidade e Saúde. E como faz isso? Através de cursos, textos, palestras, retiros, workshops, em instituições religiosas e seculares. Entre em contato e podemos conversar mais de como posso te atender:
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