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Foto do escritorSilvana Venancio

Cinco dicas para ler e interpretar a Bíblia sem medo


1. A Bíblia é um texto sagrado, escrito a milhares de anos, em um contexto muito diferente do nosso, sem falar que muitas traduções fazem uma opção por uma linguagem sofisticada e antiga. Aliado a isso, existem interpretações bíblicas cristalizadas como certas por determinadas tradições cristãs, além da ideia de que, se o leitor não tiver a posse de certos conhecimentos técnicos ou não dominar as línguas originais do texto bíblico, ele não chegará a uma interpretação correta. Porém não existe interpretação certa ou errada, o que existem são interpretações coerentes com a experiência de fé. Você e eu já estamos inseridos na comunidade de Cristo, já temos fé, uma fé que nasce de uma experiência de Deus, que se fundamenta num texto, que nós assumimos como Revelação, como a Palavra de Deus. Ter consciência disso, logo de cara, deve nos deixar aliviados. Como pessoas de fé podemos nos aproximar do texto e interpretá-lo, sem medo.

2. Uma boa interpretação só é possível se nos aproximarmos das narrativas dos primeiros cristãos, dessas primeiras experiências de fé em Jesus, a partir do nosso contexto, das nossas próprias perguntas. A Bíblia é a Palavra de Deus, porque ela suscita em nós a mesma experiência, o mesmo desejo de amar a Deus desses cristãos. Portanto, não se trata de repetir apenas o texto ou buscar um sentido único que foi dado em algum tempo ou lugar. Trata-se de ouvir esta Palavra e buscar o sentido dela no seu contexto, na sua vida, na sua história, para favorecer a experiência de Jesus na sua vida, assim como os nossos primeiros irmãos e irmãs fizerem, no passado.

3. A Bíblia é a Palavra de Deus viva, porque está aberta a múltiplas interpretações, que devem ter no seu horizonte a pessoa de Jesus, que é o critério máximo para toda interpretação das Escrituras, ou seja, toda vez que a leitura do texto suscitar dúvida ou incômodo aos nossos ouvidos contemporâneos, devemos nos perguntar como esse texto pode nos ajudar à luz das palavras e da prática de Jesus de Nazaré.

4. Lembre-se sempre que o Cristianismo é a mensagem de uma experiência de fé que as comunidades primitivas fizeram de Jesus e não uma religião baseada na repetição de fórmulas e preceitos. Sendo assim, uma boa interpretação bíblica deve saber na mente e no coração, quais textos permitem fazer uma experiência de Deus hoje, na sua vida, na sua própria linguagem, na sua história, no seu contexto. Lembre-se sempre que a religião cristã não está baseada numa informação sobre Deus, mas numa experiência com um Deus que nos escapa, pois ele é essencialmente mistério.

5. Fazer uma leitura pessoal da Bíblia não significa, no entanto virar as costas para uma tradição, mas perceber que a Tradição da Igreja é viva e não uma repetição de conceitos e dogmas somente. Uma boa leitura e interpretação da Sagrada Escritura é aquela que nos aproxima mais Deus, enchendo o nosso coração de amor e de misericórdia para com o próximo e nos insere no compromisso com o mundo, assumindo responsabilidades com a criação e com as questões do nosso tempo. Fica com Deus, até o próximo texto. Se esse texto foi útil pra você ou se tiver alguma dúvida, deixe seu recado aqui nos cometários que eu responderei. Lembre-se de curtir e compartilhar com seus amigos. Grata! Silvana Venancio

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