A vida tem uma dinâmica interessante, ela abarca a mudança, sem nenhum pudor. Nascemos e vamos nos modificando. Seria muito estranho se nos tornássemos adultos no corpo de um bebê. Seríamos “o estranho caso de Benjamin Button”.
Aparentemente, não temos nenhuma dificuldade de aceitar mudanças enquanto estamos crescendo, nos desenvolvendo. Porém, na fase adulta, acontece um fenômeno misterioso com quase todos nós: desejamos que as mudanças cessem. Cada um deve ter em sua imaginação uma idade que gostaria de ser “congelado”, que parasse de envelhecer, estacionasse numa idade.
Todas essas palavras dão a ideia de estagnação. A vida não para, ela é movimento. É como o rio de Heráclito*. Essa é a beleza da vida: quando as mudanças param de acontecer é um sinal de morte. Aceitar as mudanças, além de ser um gesto de sabedoria, é um sinal de saúde emocional.
A vida é mudança e, talvez, muitas das nossas doenças sejam frutos da nossa dificuldade de aceitar que as coisas mudam. Que os relacionamentos terminam. Que o corpo se transforma. Que a paisagem urbana muda. Que pessoas nascem e morrem. Que as pessoas que nós amamos mudam e se transformam. Que nós também mudamos. Não amamos mais do mesmo jeito. Não sentimos mais da mesma maneira. É necessário outras emoções, outras falas para tocar o nosso coração e isso é muito bom.
A vida nos convida para dançar. Nessa dança surpreendente, precisamos aprender novos passos, inovar, improvisar – quando a parceira ou o parceiro fizer um gesto inesperado, precisamos mudar o nosso movimento. Isso é entrar no ritmo.
E o ritmo da vida? Se nos adequarmos a ela, a nossa vida será muito mais leve. Existe uma sabedoria no Universo, na vida, em Deus. Não vamos entender. E não é para entender, é para viver. A vida não é para ser entendida, é para ser vivida.
Aceitar mudanças é aceitar o convite da vida para dançar uma bela valsa, um delicioso bolero, um frenético samba, um envolvente tango. Acredite, existe um ganho nisso! É como diz Thomas Merton: aceitar todas as sementes que a vida traz. Ao dizermos: - eu aceito a mudança da vida – eu aceito – vamos encontrar a nossa vida novamente e vamos encontrar Deus na vida.
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Silvana Venancio é pastora, teóloga e professora de Filosofia. É divorciada, mãe do João Paulo e do José Esthevão. Discípula de Jesus de Nazaré há quase 40 anos, vive a sua espiritualidade com respeito e abertura a todas as confissões religiosas.
Articula Espiritualidade e Saúde. E como faz isso? Através de cursos, textos, palestras, retiros, workshops, em instituições religiosas e seculares. Entre em contato e podemos conversar mais de como posso te atender:
Cel: (21) 99799-2971; email: sgvenancio@gmail.com
*Heráclito é um filósofo pré-socrático que parte do princípio de que tudo é movimento, e que nada pode permanecer parado "tudo flui", "tudo se move". “Não poderias entrar duas vezes no mesmo rio... Nada existe de permanente a não ser a mudança.”, diz ele.
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