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Foto do escritorSilvana Venancio

A melhor maneira de lidar com o sentimento de vazio mesmo que você já tenha perdido a esperança




O sentimento de vazio é uma dor solitária da alma. Não é algo que habita as nossas conversas com nossos amigos e amigas. Porque não é algo fácil de ser comunicado. É uma sensação de falta de sentido, uma dor no peito, que insiste em dizer que nada faz sentido e nada pode preencher esse vazio.


Quando percebemos esse sentimento em nossa alma, a primeira coisa é tentar preenchê-lo e aí o céu é o limite. Sempre haverá mais um curso, mais um encontro, mais um relacionamento, mais uma viagem. Entramos numa busca frenética: - quem sabe se eu participar desse workshop, desse retiro, isso vai mudar e eu me sentirei plena e em “estado de graça”. No livro Presente do Mar, Anne Morrow Lindbergh, diz que por mais que a definição de “estado de graça” seja vaga, sabemos muito bem o que isso quer dizer, mesmo que possamos usar palavra diferentes para isso.


Anne Lindbergh descreve, em seu livro, fases em que estamos em “estado de graça” e fases onde estamos “fora do estado de graça”. Na primeira fase, diz Anne, conseguimos realizar com suavidade todas as nossas tarefas, como se essas brotassem de uma grande corrente. Na segunda, mal conseguimos amarrar os sapatos. A maior parte do tempo, a nossa vida consiste em desenvolver técnicas para viver o trivial, de como amarrar o sapato. Mas existem técnicas e estilos de vida que nos ajudam a viver em “estado de graça”.


O sentimento de “estado de graça”, descrito por Anne Lindbergh, é um bom caminho para preencher o nosso vazio. É claro que não existe uma maneira de estancar esse vazio de uma vez por todas em nossa existência. Mas podemos lidar com ele de uma forma mais branda, sem nos corroer tanto por dentro. Eu aconselho a leitura deste livro Presente do Mar, embora esteja esgotado, sempre tem exemplares, que ainda estão sendo vendidos na internet.


Anne aconselha a simplicidade de vida e eu vou seguir os conselhos dela e percorrer esse caminho para lidarmos com o vazio da nossa alma. Geralmente, a nossa atitude é o inverso do que Anne Lindbergh fala, ao invés da simplicidade, nos enchemos de coisas. Talvez mais um sapato, mais um relógio, uma camisa lacoste, uma caneta de marca, um carro novo, uma casa na praia, uma viagem para Disney ou para um lugar exótico. Porém, nada disso, preenche o nosso vazio e voltamos para o mesmo lugar, cheios de desesperanças.


A simplicidade de vida vai nos ajudar a nos livrar dos entulhos que enchem a nossa vida de tantas atividades e enchem as nossas casas de tantas coisas. Experimente doar uma coisa nova e boa que você nunca usou ou usa pouco, isso vai te fazer um bem enorme e vai ajudar alguém.


Uma vida simples nos devolve o tempo que precisamos para dar atenção ao que realmente pode preencher o nosso vazio. A simplicidade de vida nos devolve o sentido de presença, de estarmos presentes em tudo o que fazemos, porque já não há mais tanta correria, não há tanta coisa para limpar, tantas agendas para organizar, tantas coisas para nos preocupar, como seguros, confirmações, status etc.


Ter uma vida simples abre espaço na nossa vida para desenvolvermos uma vida de oração. Sem tantas coisas para administrar, sem tantos compromissos para cumprir, abrimos espaço na nossa vida para orar. A oração que nasce de uma vida simples, não é uma oração de petição, na qual fazemos uma lista de pedidos, para nos enchermos de coisas que verdadeiramente não precisamos. Sempre digo que nós não temos as coisas, são elas que nos tem. Essa oração é uma oração de entrega, de um coração que deseja tocar outro coração. São duas pessoas que se aproximam e se olham. Nessa oração, Deus se torna sujeito e não um objeto que eu uso para realizar os meus desejos.


Se você passar a cultivar a simplicidade de vida, muita coisa irá mudar e você dará passos largos para preencher o seu vazio. A simplicidade de vida irá te levar por caminhos que você ainda não trilhou, irá te devolver o tempo que você precisa para dar valor ao essencial e necessário. Faça pequenos gestos nesse sentido e depois me conta aqui, como está sendo esta experiência. Comece, quem sabe, tirando os tapetes da sala ou doando roupas que explodem no seu armário. E a longo e médio prazo, experimente ter um carro mais simples, ter uma casa menor, substituir o carro pela bicicleta, andar a pé. Se você fizer qualquer uma dessas coisas, você estará dando passos para conquistar a simplicidade de vida e estará caminhando para viver em “estado de graça”. E assim experimentará um pouco mais de graça e de contentamento em sua vida.


Fica com Deus, até o próximo texto. Curta, compartilhe com seus amigos amigas e deixe o seu comentário aqui. Me segue também no Instagram e no YouTube. Visite e curta a minha página no Facebook. Se inscreve aqui. Grata! 

Silvana Venancio é pastora, teóloga e professora de Filosofia. É divorciada, mãe do João Paulo e  do José Esthevão. Discípula de Jesus de Nazaré há quase 40 anos, vive a sua espiritualidade com respeito e  abertura a todas as confissões religiosas. 

Eu criei um grupo para postar um conteúdo EXCLUSIVO, todos os dias. Pode ser uma pequena reflexão, um áudio ou um vídeo sobre Espiritualidade, Arte e Saúde. Mas fique tranquila só eu posso postar, neste grupo.




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