Se você leu o meu texto – Aprenda a dizer não e seja mais feliz –, você vai entender o contexto do que eu estou falando. Mas se você ainda não leu, eu te convido a visitar minha página e encontrá-lo ali. Porém, mesmo sem a leitura do mesmo, é fácil depreender do que eu falo aqui.
Quando o assunto é dizer não, nem sempre encontramos o equilíbrio em nossas atitudes: ou dizemos sim para tudo ou somos tentadas a dizer não o tempo todo. Quem tem a sua vida marcada, por abnegações, com muita dificuldade de dizer não, quase sempre vai para o caminho oposto. Quando estamos esgotadas, saturadas e sem energia, a única maneira que encontramos, muitas vezes, é dizer: agora eu não faço mais nada pra ninguém.
Mas o que aparentemente seria um grito de libertação, torna-se fonte de culpa e de isolamento, pois não sabemos lidar com o nosso não. Porque aprendemos a vida inteira que a nossa missão era cuidar de todo mundo, menos de nós mesmas e não sabemos como fazer isso, sem excluir o outro.
Um não que nasce da nossa saúde emocional é muito bom, pois é fruto de um discernimento que vem da consciência de que nem sempre é possível dizer sim para tudo. Porque sabemos que dizer não, em determinados momentos, pode ser algo bom para nós e também para as pessoas que amamos. No entanto, esse não, pode vir de um coração cansado, de um sentimento de esgotamento, que nos leva a dizer não, como uma forma desesperada, quando não aguentamos mais. Uma atitude típica que revela o nosso esgotamento mental e emocional diante da sensação de nos sentirmos abusadas e exploradas é o sentimento de vingança. Pensamos: - Agora eles vão sentir o que é viver sem a minha ajuda.
Essa atitude é muito perigosa, porque as pessoas podem seguir as suas vidas, muito bem, sem nós. Mas o que aparentemente poderia ser fonte de libertação gera em nós outros sentimentos como: ressentimento, isolamento e dor. Ficamos ressentidas, esperando um reconhecimento que nunca vem, nos isolamos das pessoas que amamos, e isso não nos faz bem. Mas será que existe um equilíbrio entre o sim e o não? Um sim que nos faça bem e um não também? Sem medo de “errar” a mão, de dar um sim demais ou um sim de menos? Há, e o critério para seguir esse caminho é o amor. O amor por nós mesmas e o amor pelo outro. Se seguirmos o caminho do amor, não corremos o risco de errar, de tender mais para um lado ou para o outro. E como podemos fazer isso?
Se seguirmos o conselho bíblico, ele é tão relevante, que sua aparição se dá no Antigo e no Novo Testamento: ama ao teu próximo como a ti mesmo. Eis o segredo do equilíbrio: se nos amarmos não vamos dizer um sim que nos prejudique e se amarmos o nosso próximo não diremos um sim que os tornem dependentes de nós e nem diremos um não, quando poderíamos dizer sim. Esse é o caminho do equilíbrio, o caminho do meio. Não vivemos sozinhas no mundo. Somos seres relacionais. E viver em comunhão é muito bom. O nosso lema não pode ser: eu ou o outro. Mas sim eu e o outro, numa dimensão de dar e receber, numa reciprocidade que envolve um EU e um TU.
Fica com Deus, até o próximo texto. Lembre-se de curtir, compartilhar com seus amigos e deixar o seu comentário aqui. E curta também a minha página. Me segue no Instagram, todo dia tem um vídeo com uma mensagem do Evangelho. E toda quarta tem vídeo no YouTube. Grata!
Silvana Venancio, é pastora, teóloga e professora de Filosofia. É divorciada, mãe do João Paulo e do José Esthevão. É discípula de Jesus de Nazaré há mais de 40 anos, e vive a sua espiritualidade com respeito e abertura a todas as confissões religiosas.
Comments